domingo, 9 de setembro de 2007

Psicoterapia individual ou em grupo?

Psicoterapia Individual - A duração de uma sessão de atendimento é de 50 minutos. Nesse tempo terapeuta e cliente buscam juntos aprender sobre como este funciona, a partir do relato de suas experiências de vida e também do que pode ser observado no consultório.
Uma vantagem da terapia individual é a maior facilidade de exposição por parte do cliente, o que gera uma grande intimidade.




Psicoterapia em Grupo - A duração de uma sessão de atendimento é de 1 hora e 30 minutos. No grupo o indivíduo interage com outras pessoas em um espaço preparado para facilitar com que ele se perceba neste contato. Isso permite que ele experimente um número riquíssimo de situações onde pode se dar conta de sua maneira de funcionar no contato com o outro. É importante frisar: O que geralmente causa sofrimento ao Ser Humano está ligado a algo inadequado na maneira como ele funciona na relação com o outro, dessa forma a psicoterapia em grupo se torna uma ótima chance de conhecer e superar as dificuldades que perturbam e causam sofrimento a pessoa Humana.

Quando se deve procurar uma Psicoterapia?

Quando de alguma forma o indivíduo não está satisfeito com o andamento de sua vida, não está feliz, ou está vivendo algum sofrimento e não consegue superá-lo, nesse contexto um facilitador pode poupar tempo e energia.
Por mais que o indivíduo considere ter um grande auto-conhecimento. Quando por algum motivo esbarra em situações as quais ele não consegue dar respostas que lhe sejam satisfatórias com os recursos que domina, surge a necessidade de ampliar a consciência a seu próprio respeito.

Abordagem Centrada na Pessoa - Carl Rogers

Rogers, ao propor, em 1940, uma maneira diferente de abordar a psicoterapia individual, criou um método original, revolucionário, na época, que foi denominado de não-diretivo.A partir das experiências que ele e seus colaboradores acumularam tanto com a prática clínica quanto com a realização de estudos orientados pelo método científico, seu enfoque psicoterapêutico passou a receber diferentes denominações. Assim, o termo Psicoterapia Não-Diretiva foi abandonado em favor de Psicoterapia Reflexiva ou Centrada no Cliente, que, por sua vez, foi substituído por Psicoterapia Experiencial ou Centrada na Pessoa.
Essa Abordagem aplicada à psicoterapia utiliza o paradigma que o organismo humano, incluindo mente e corpo, é digno de confiança, que as pessoas possuem vastos recursos de autoconhecimento e de modificação de atitudes e comportamentos. Essa tendência direcional ao crescimento, à auto-realização, amplifica-se na presença de certas condições facilitadoras, que são traduzidas pelas atitudes do psicoterapeuta. Em função dessa crença no potencial humano, o psicoterapeuta acolhe e considera seu cliente, em todos os seus aspectos, quer sejam positivos, negativos ou ambíguos, esforçando-se por se colocar no lugar dele, de maneira a captar as emoções, sentimentos e vivências ainda não explicitados pelo cliente. É necessário um envolvimento de pessoa a pessoa, ainda que profissional, visando facilitar que o cliente consiga ser ele mesmo e utilize sua liberdade.
A originalidade desse enfoque reside na descaracterização do psicoterapeuta como expert, como detentor do saber, como superior, bem como prioriza mais os aspectos afetivos da situação do que os intelectuais, enfatizando a relação terapêutica como promotora de crescimento. A importância às experiências passadas, ditas traumáticas, é minimizada enquanto determinante do presente, e o foco de atenção não é o problema e sim a pessoa, em sua singularidade, auto-responsabilidade e capacidade de escolhas construtivas.
É o cliente que dirige seu processo de autoconhecimento, de mudança e o/a psicoterapeuta ajuda o/a cliente a se ajudar, a encontrar suas próprias respostas e, ambos, se tornam mais humanos. É esta atitude que justifica chamar de cliente e não paciente a pessoa que busca apsicoterapia realizada em consonância com a Abordagem Centrada na Pessoa.
Em função da vasta experiência e da comprovação empírica do processo psicoterapêutico, Rogers e seus colaboradores começaram a aplicar a Abordagem em outras atividades: na Educação, criando o Ensino Centrado no Aluno/a, nas Organizações, propondo a Liderança Centrada no Grupo, nos pequenos grupos vivenciais, os chamados Grupos de Encontro e, mais recentemente nos Grandes Grupos ou Comunidades de Aprendizagens Significativas, enfocando os Processos Sociais, a Formação e Transformação da Cultura. Assim, a Abordagem Centrada na Pessoa implica num "jeito de estar"(a way of being) ao se deparar com determinado fenômeno e possui uma grande aplicabilidade, ainda em desenvolvimento.
Wood (1994), refletindo sobre o que é a ACP, nos clarifica: ´É meramente uma abordagem nada mais, nada menos. É um ‘jeito de ser’ (Rogers, 1983) ao se deparar com certas situações que consiste de:
uma perspectiva de vida, de modo geral, positiva;
uma crença numa tendência formativa direcional que Rogers (1983- da tradução para o Português) descreve brevemente como: "Os indivíduos possuem dentro de si mesmos amplos recursos para a auto-compreensão e para modificação de seus auto-conceitos, de suas atitudes e de seu comportamento autônomo. Esses recursos podem ser ativados se houver uma clima, passível de definição, de atitudes psicológicas facilitadoras"(pág. 38);
- uma intenção de ser eficaz nos próprios objetivos. No caso da Terapia Centrada no Cliente, por exemplo, a intenção é ajudar outro ser humano a fazer mudanças construtivas na personalidade;
- um respeito pelo indivíduo e por sua autonomia e dignidade.
Rogers em uma de suas primeiras tentativas para descrever sua abordagem no que concerne sua aplicação à psicoterapia, propôs que o terapeuta teria uma capacidade de empatia que não seria exagerada, uma atitude genuinamente receptiva e interessada, uma compreensão profunda que tornaria impossível fazer julgamentos morais ou ficar chocado ou horrorizado. "Este terapeuta teria um respeito pela individualidade que vai ainda mais além. Incluiria ‘um respeito, profundamente enraizado pela integridade da pessoa [...] uma vontade de aceitá-la como é, no seu próprio nível de ajustamento, e lhe dar liberdade para conseguir soluções próprias para seus problemas". Rogers achava que se deveria esperar que um terapeuta tivesse ‘uma sólida compreensão de si mesmo, de seus padrões emocionais predominantes, e suas próprias limitações e atalhos. (Kirschenbaum, 1979, pág. 96);
- uma flexibilidade de pensamento e ação, não tolhida por teorias ou práticas anteriores, nem mesmo pela experiência, aberta a novas descobertas. Uma habilidade de se concentrar intensamente e, com clareza apreender a construção linear, pedaço-a-pedaço, bem como perceber sua realidade integral, holística, ‘toda de uma vez’;
- uma tolerância quanto às incertezas ou ambigüidades, sendo capaz de viver numa situação caótica até que fatos suficientes se acumulem para ser possível abstrair-se um sentido deles. Um interesse ‘não na verdade já conhecida ou formulada, mas no processo pelo qual a verdade é tenuamente percebida, testada e aproximada’(Rogers, 1974);
- senso de humor, humildade e curiosidade, sem dúvida, também têm seu papel, embora não sejam exclusivos dessa abordagem.
Referências Bibliográficas:
KIRSCHENBAUM, H. (1979) On Becoming Carl Rogers. N.Y. : Delacorte Press.
ROGERS, Carl Ransom (1974). Remarks on the Future of client-centered therapy. In D. A Wexler e L.N. Rice (eds.) Innovations in Client-Centered Therapy. N.Y.: John Wiley & Sons.
ROGERS, Carl Ransom (1983) Um Jeito de Ser. São Paulo: EPU..
WOOD, John Keith et. al. (orgs.) (1997) Abordagem Centrada na Pessoa. UFES, 3ª Edição

Por que a Psicoterapia funciona?


As pesquisas têm demonstrado uma grande eficácia da psicoterapia. Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar como o tratamento psicológico age, transformando o funcionamento cerebral.
Pela complexidade do tema existem centenas de livros e pesquisas explorando e explicando porque a psicoterapia funciona. Mesmo assim, como simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para explicar a efetividade da psicoterapia, dos mais simples aos mais complexos.
No início da lista, como num continuum , temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc.

Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são mais comuns na psicoterapia até aqueles que são exclusivos da psicoterapia - possíveis pelo cuidadoso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua trajetória de formação profissional. Eis o continuum com alguns motivos pelos quais a psicoterapia funciona:
1- Ao dividir um problema, você passa a ter "meio problema". Ou seja, compartilhar ajuda a aliviar a carga emocional e o sofrimento
2- Os vínculos de ajuda têm um poder curativo. É mais fácil superar muitas dores através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio.
3- A psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida.
4- O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro, com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível.
5- O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na compreensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento o psicólogo pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida.
6- O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada. Há um amplo repertório de técnicas de investigação da personalidade que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz.
7- O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que permitem ajudá-lo a realizar mudanças profundas na existência.
8- O psicoterapeuta está preparado para compreender você a partir do vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e consequentemente com os outros) e assim poder compreender seus modos de vinculação e suas dificuldades em relacionamentos.
9- O psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica na relação com você. Esta relação funciona como catalisador de processos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relacionamentos anteriores.
10- O psicoterapeuta passou por todos estes passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador, o que o habilita a "sentir-se em casa" em situações difíceis e poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber encontrar um caminho de melhora para o seu cliente.
Certamente esta lista poderia ser estendida, mas o objetivo aqui, é ilustrar o trabalho da Psicologia Clínica numa linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia.

Psicoterapia


O que é um processo psicoterapêutico ?
É um processo conduzido por especialistas no qual o indivíduo amplia a consciência que tem de si mesmo, aprendendo com suas dificuldades e sentimentos, se desenvolvendo como pessoa.
Objetivo
O objetivo básico da psicoterapia é propiciar ao cliente melhora em sua qualidade de vida, autoconhecimento, promovendo mudanças de comportamento e diminuição ou mesmo eliminação do sofrimento psíquico, que pode estar relacionado com diversas causas, tais como: depressão, problemas de aprendizagem, ansiedade, timidez, fobias, impotência, stress, entre outras dificuldades humanas.
Este serviço pode ser oferecido individualmente e em grupo, para crianças, adolescentes, adultos e idosos. Além do trabalho realizado em consultório também há o home care para pessoas com dificuldades de locomoção.
A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um. Oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões de vinculo e relação interpessoal.
A psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da saúde, por trazer uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas, psíquicas e sociais conjuntamente participantes na produção da existência humana e de seus problemas.
Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida. Esta é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente quando as pessoas se vêem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, desemprego ou envelhecimento, por exemplo.
A psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e aos caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais significativos.

OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS
No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados e as circunstâncias existenciais de cada pessoa. Há vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos.
Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado, envolvendo questões mais profundas. Estes trabalhos podem demandar meses ou anos de trabalho, compensados por ajudas significativas que o trabalho psicológico pode trazer.
Algumas pessoas encontram na terapia um lugar fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, onde são trabalhadas transformações mais profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido e segue em comum acordo entre o psicoterapeuta e o cliente.
Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e família

AS VÁRIAS APLICAÇÕES DA PSICOTERAPIA
Vários estados de sofrimento, crises, transtornos e doenças têm encontrado uma solução e melhora apenas com o auxílio da psicoterapia.
Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza psicossomática de todas as experiências humanas. A saúde psicológica é pré-condição e parte integrante da saúde global.
Cada pessoa vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças (orgânicas ou mentais) resultam também dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida.
A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da personalidade, com resultados evidentes em diversas situações como:
- tratamento de vários transtornos como pânico, fobias, depressão, anorexia, bulimia, frigidez, impotência, etc.
- resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, profissionais etc.
- crises existenciais, transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.)
- aprendizado do auto-gerenciamento, da capacidade lidar com o estresse, dialogando com os estados afetivos internos e os efeitos dos desafios e problemas da vida.
- descoberta de novos modos de conduzir a própria vida.
- aquisição de auto-conhecimento, autonomia e amadurecimento pessoal.
- recuperação de todos os tipos de doenças.
OS TIPOS DE PSICOTERAPIA
Há alguns tipos de psicoterapias, conforme as necessidades e a configuração dos problemas.
Os principais tipos são:
- Psicoterapia Individual para: crianças, adolescentes, adultos e idosos.
- Psicoterapia de Grupo
- Psicoterapia de Casal
- Psicoterapia de Família
- Atendimento Emergencial (Plantão Psicológico)
A RELAÇÃO NA PSICOTERAPIA
A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se desenrola num enquadre clínico com um clima terapêutico favorável.